Moura Ramos Indústria Gráfica: livros, revistas, embalagens, sacolas, agendas e impressos em geral.: O Papel da Arte e a Arte no Papel

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

O Papel da Arte e a Arte no Papel



O papel é onde o artista primeiro projeta sua alma, o espaço para a primeira inspiração, o primeiro croqui, o esboço, a primeira impressão. É a morada inaugural da ideia palpável da criação, visual e material. 

É nele que a arte nasce. Em suas fibras constroem-se traços e texturas, linhas retas e curvas, moldam-se pensamentos, delineiam-se projetos, devaneios e estudos sem os quais o artista não poderia terminar sua criação.

A arte do corte de papel provavelmente tenha origem na China, relacionada com a invenção do papel, que ocorreu durante a dinastia Han (206 a.C.-221 d.C.).

Na sua origem, como o papel era altamente precioso, esse tipo de arte era o passatempo favorito entre as senhoras da corte, nos palácios reais e casas da nobreza. No século XIV, a medida que ocorria a difusão desse material pelo mundo, a arte se espalhava pelo Oriente Médio e Europa até chegar aos dias atuais. Conhecida dobradura (origamis) ou “kirigami” (no qual corta-se o papel a fim de dar a ele uma forma, resultando em uma folha com partes vazadas) nas escolas japonesas, esta prática vem ganhando admiradores no mundo inteiro deste então.

Sher Christopher

Confira a seguir a Arte em Papel de 10 artistas que você TEM que conhecer:

Claire Brewster

Claire Brewster
Esta moça britânica recorta silhuetas maneiras de pássaros, plantas e insetos a partir de mapas antigos. Utiliza mapas velhos e desatualizados e atlas antigos como matéria-prima. “Sou apaixonada por papel. É um material que sempre amei manipular. Já tentei outros, mas nunca gostei tanto quanto do que produzo usando páginas de livros ou revistas. Faço bastante pesquisa na internet para encontrar histórias interessantes sobre pássaros que possam servir de inspiração para as peças que construo”, explica Claire.

Chrissie MacDonald

“Gosto do quão imediato é o trabalho com papel e cartolina, sem necessidade de depender de nenhum outro processo. Como uso isso há anos, desenvolvi uma série de técnicas pessoais, apesar de ser sempre interessante incorporar materiais com os quais estou menos familiarizada, como acrílico, metal e madeira, já que eles ajudam a introduzir diferentes desafios e resultados”. Assim define o seu trabalho a artista inglesa Chrissie MacDonald.
Ela já fez trabalhos para a Saint Martins, Orange, Kate Nash (para o encarte do disco “Made of Bricks”) e NY Times.

Chrissie Macdonald

Ingrid Siliakus

Ingrid simplesmente é uma arquiteta do papel. Ela faz obras verdadeiramente geniais, criadas com uma só folha de papel, sem uniões!

Na simplicidade de uma folha de papel esta artista holandesa constrói prédios, pontes, catedrais, edifícios, catedrais e até grandes cidades. “Trabalhar com papel me obriga a ser humilde, já que esta mídia tem um caráter próprio que pede cooperação. É um desafio encontrar essa cooperação com cada marca de papel com quem trabalho. Trabalhar com papel do jeito que eu faço, ou seja, por meio de cortes e dobras, criando esculturas de papel, me exige um trabalho com precisão meditativa”.

Ingrid Siliakus

Ingrid Siliakus

Richard Sweeney

O artista inglês sempre gostou da arte, especialmente da escultura, mas em 2002, ele estudou Desenho Tridimensional no Metropolitan Manchester University, e foi aí que começou a se concentrar na manipulação de papel para criar desenhos tridimensionais. Ele combina o artesanato com design assistido por computador e outras disciplinas, como fotografia, escultura e técnicas de fabricação CNC.

“Gosto de descobrir como as coisas são construídas, sejam elas prédios, pontes, flores ou árvores – tudo tem um arranjo particular de materiais e uma geometria única. Tento extrair essa essência estrutural e expressá-la. Com o papel, o desafio é ver o que funciona quando você multiplica as dobras, transforma em curvas, cria novos componentes e junta tudo.”

Richard Sweeney

Brian Chan

O artista escocês faz uns origamis feitos a partir de uma única folha de papel que parecem insetos de verdade, mas não são. Ele começou com 11 anos de idade, após seus pais comprarem a sua primeira coleção de manuais para origamis e hoje, aos 31 anos, é instrutor de arte no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).


Sher Christopher

As esculturas da designer inglesa são mesmo feitas de papel, mas são tão realistas que parecem bonecos de pano.

Sher começou a se interessar na arte em papel quando estudava design tridimensional na Universidade de Wolverhampton, onde criou máscaras de papel machê para o trabalho de conclusão de curso. Daí, a designer se apaixonou pelo papel e nunca mais deixou de criar nesse material.

“Amo os desafios que o papel me proporciona na hora de criar figuras tridimensionais. É um material muito versátil para trabalhar e é impressionante o quão durável e forte ele pode ser”, disse.

Sher Christopher

Calvin Nicholls

Outro artista canadense que cria esculturas fantásticas utilizando folhas de papel é o canadense Calvin Nicholls. Desde seu estudo ao norte de Toronto – Ontário, este gênio da arte em papel faz esculturas de animais. Ele disse que o processo é assim: ele corta as folhas de papel com um bisturi e depois dá um efeito no desenho de alto relevo, que ganha uma aparência 3D. Quando a escultura está completa, ele ajusta a iluminação para dar textura e forma à obra de arte.

Calvin Nicholls

Anne Ten Donkelaar

Os arranjos florais desta artista holandesa não têm desperdiço! Ela cria colagens tridimensionais através de flores silvestres prensadas, caules secos e recortes de papel. A respeito, ela disse: “Sou fascinada pela natureza e por quão frágeis e minúsculas as coisas podem ser. Ao usar esses objetos que encontro, um pedaço de planta ou um inseto, sou muito cuidadosa para que não se desfaçam no processo. Quando comecei a mexer com papel, demorei até encontrar o melhor jeito de preservá-lo sem que perdesse as cores e a estabilidade dentro do quadro”.
Anne Ten Donkelaar

Anastassia Elias

Esta artista francesa pega o rolo vazio de papel higiênico e cria dentro do cilindro cenas em miniatura com o próprio papelão da peça. Ela tem trabalhos bem bacanas que retratam o cotidiano: imagens de crianças brincando, meninos jogando futebol, pessoas no cabelereiro, entre outros. Segundo ela, o seu objetivo é mostrar que “a vida de todos os dias não é entediante”.

Anastassia Elias

Jum Nakao

E como esquecer ao artista brasileiro Jum Nakao? Muito antes de Mathew Brodie e seus vestidos para a edição de março de 2011 da Revista Madame, o estilista paulista fez uma coleção de roupas de papel em 2004 na São Paulo Fashion Week. O desfile chocou a todos, especialmente no final do desfile quando as roupas de papel vegetal foram rasgadas pelas próprias modelos na passarela, em um ato que simbolizava a efemeridade do consumo (crítica típica da arte contemporânea).

Todas as etapas desse processo foram documentadas em fotos, vídeos e fotogramas, dando origem ao livro e DVD “A Costura do Invisível”. Vale a pena ver e ler.

Jum Nakao

Fonte: por Berenice Taboada em http://misturaurbana.com

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