Moura Ramos Indústria Gráfica: livros, revistas, embalagens, sacolas, agendas e impressos em geral.: 05 de Novembro - Dia do Cinema Brasileiro

sábado, 5 de novembro de 2016

05 de Novembro - Dia do Cinema Brasileiro


No dia 8 de julho de 1896, sete meses depois de os irmãos Lumière inaugurarem a sétima arte em Paris, o Rio de Janeiro exibiu a primeira sessão de cinema no Brasil. No ano seguinte, em 1897, Paschoal Segreto e José Roberto Cunha Salles abriram a primeira sala de cinema, também no Rio de Janeiro, na rua do Ouvidor.

A sala chamava “Salão Novidades de Paris” e exibiu o primeiro filme brasileiro em 1898. O filme, rodado por Afonso Segreto, mostrava um documentário com imagens da Baía de Guanabara. Aliás, os documentários foram as primeiras produções brasileiras. Depois de 1912, começava uma incipiente produção nacional com “Os Três Irmãos” e “Na Primavera da Vida”, do cineasta Humberto Mauro. Mas foi somente em 1929 que foi lançado o primeiro filme brasileiro totalmente sonorizado. O filme se chamava “Limite” e foi filmado por Mário Peixoto.

Em 1930, o primeiro estúdio de cinema do Brasil foi instalado no Rio de Janeiro, por Adhemar Gonzaga. Chamado de Cinédia, o estúdio produzia comédias musicais e dramas populares. Em 1941, surgiu a Atlântida, famosa produtora das chanchadas que marcaram época, revelando cineastas como Carlos Manga. No fim da década de 40, foi a vez do estúdio Vera Cruz, que começou a produzir filmes no estilo de Hollywood. Em 1952, o filme “O Cangaceiro”, rodado por Lima Barreto, conseguiu entrar no circuito internacional e foi premiado no Festival de Cannes em 1953.

Filmes produzidos por cineastas independentes também fizeram muito sucesso. Nélson Pereira dos Santos lançou “Rio 40 graus” e Anselmo Duarte, “O Pagador de Promessas”. O comediante Amacio Mazzaropi montou sua produtora em 63 e rodou vários filmes de humor, criando tipos caipiras. Foi nesse ano também que Glauber Rocha lançou “Deus e o Diabo na Terra do Sol” e Joaquim Pedro de Andrade filmou “Macunaíma”.

Cinema Nacional: Uma arte menosprezada por muitos

Quantas vezes você já escutou alguém falando “cinema nacional não presta”. Na maioria das vezes quem fala não conhece um terço dos filmes que são bons.

Tendo em vista isso, resolvemos quebrar esse tabu de que o Brasil não sabe fazer cinema e apresentar alguns filmes ótimos – que nem todo mundo conhece.

Muitos filmes excelentes como “Cidade de Deus”, “Central do Brasil”, “Carandiru”, “O Auto da Compadecida”, “Meu nome não é Johnny”, “2 Coelhos”, “Meu tio matou um cara”, “Hoje eu quero voltar sozinho” e “Tropa de Elite” não figuram nesta lista, não porque não sejam ótimos,  mas justamente por já serem consagrados, resolvemos limitar a lista para outros tão bons quanto, mas menos conhecidos.

O maior propósito aqui é apresentar uma variedade de gêneros e produções de qualidade de filmes brasileiros para todos os gostos, e assim você poder apresentar para aquele amigo que diz "que cinema nacional não presta". 

Confira 22 filmes brasileiros que você precisa assistir um dia desses:

1. Limite (1931) Mário Peixoto


Clássico do cinema nacional. Um tema, uma situação e três histórias. O tema, a ânsia do homem pelo infinito, seu clamor e sua derrota. A situação, um barco perdido no oceano com três náufragos – um homem e duas mulheres. As três histórias são aquelas que os personagens mutuamente se contam. Na situação se esboça o tema que as três histórias desenvolvem. A tragédia cósmica se passa no barco. E para ele convergem as histórias.

2. Os Cafajestes (1962) Ruy Guerra


Teve participação no roteiro de Miguel Torres. Foi o primeiro filme dirigido por Ruy Guerra no Brasil. Esse filme foi o primeiro a ter nudez frontal no cinema nacional mas sua importância histórica é muito maior do que isso. Um jovem rico, muito mimado, ao ver seu pai indo à falência, organiza um plano para reverter a situação. Ele consegue um cúmplice para armar um flagrante do tio rico com uma mulher. O objetivo era tirar fotos e tentar ganhar dinheiro através de uma chantagem.

3. O Assalto ao Trem Pagador (1962) Roberto Farias


Baseado num caso real ocorrido no Rio de Janeiro em 1960, quando um bando atacou e assaltou o trem pagador da Central do Brasil. Armados, seis assaltantes levaram 27 milhões de cruzeiros e mataram um homem. O caso só foi encerrado um ano depois, com a prisão dos culpados.

4. Noite Vazia (1964) Walter Hugo Khouri


O rico empresário, Luizinho, e seu amigo Nelson, ao fazerem incursões pela noite paulistana em busca de sexo e diversão que preencham o vazio de suas vidas, numa dessas noitadas, a dupla encontra, em uma casa noturna, duas prostitutas de luxo, Mara e Regina. Luizinho convida o grupo para ir ao seu apartamento. Lá, os quatro entregam-se aos prazeres do sexo e suas infinitas variações.

Mara e Nelson formam um casal silencioso e triste que se vê obrigado a se confrontar com o agitado empresário. Mara, na realidade, é uma jovem amadurecida, mas egoísta e amarga, que só pensa em dinheiro. Finalmente, após uma noite repleta de luxúria, o que seria também uma noite de prazer, acaba se transformado em um embate entre os quatro, revelando pouco a pouco seus ressentimentos e aflorando seus sentimentos mais íntimos e profundosos, onde os casais que terminam envoltos em tédios e angústias. O longa concorreu à Palma de Ouro do Festival de Cannes, na França, em 1965.

5. Terra em Transe (1967) Glauber Rocha


O senador Porfírio Diaz (Paulo Autran) detesta seu povo e pretende tornar-se imperador de Eldorado, um país localizado na América do Sul. Porém existem diversos homens que querem este poder, que resolvem enfrentá-lo. Além da forte e corajosa crítica política, Glauber Rocha ainda demostra um apelo estético invejável, criando uma obra que se tornou clássico do cinema nacional.

Menções honrosas: vale conferir Deus e o Diabo na Terra do Sol e O Leão de Sete Cabeças, do mesmo diretor.

6. O Bandido da Luz Vermelha (1968) Rogério Sganzerla


Baseado na história real do marginal paulista chamado João Acácio Pereira, mais conhecido como Bandido da Luz Vermelha, coloca a população em polvorosa e desafia a polícia ao cometer os crimes mais requintados – de estupro a assassinatos. Ele conhece a provocante Janete Jane, famosa em toda a Boca do Lixo, por quem se apaixona.

7. Bicho de Sete Cabeças (2001) Laís Bodanzky


Seu Wilson (Othon Bastos) e seu filho Neto (Rodrigo Santoro) possuem um relacionamento difícil, com um vazio entre eles aumentando cada vez mais. Seu Wilson despreza o mundo de Neto e este não suporta a presença do pai. A situação entre os dois atinge seu limite e Neto é enviado para um manicômio, onde terá que suportar as agruras de um sistema que lentamente devora suas presas.

8. Lavoura Arcaica (2001) Luiz Fernando Carvalho


Um dos grandes filmes nacionais, cheio de poesia visual. Selton Mello em mais uma grande atuação ao lado de Leonardo Medeiros e o do brilhante, já falecido, Raul Cortez. Repleto de diálogos longos e poéticos, com uma fotografia linda graças a Walter Carvalho (o mesmo de Central do Brasil). Nem tão fácil de ser compreendido, a proposta é exatamente essa de instigar o espectador a decifrar e juntar as peças. André (Selton Mello) é um filho desgarrado, que saiu de casa devido à severa lei paterna e o sufocamento da ternura materna. Pedro (Leonardo Medeiros), seu irmão mais velho, traz ele de volta ao lar a pedido da mãe. André aceita retornar, mas irá irromper os alicerces da família ao se apaixonar por sua bela irmã Ana.

9. Madame Satã (2002) Karim Aïnouz

Forte e cru, essa obra se apresenta como um retrato de uma sociedade excluída e marginalizada. Onde drogas, violência e prostituição fazem parte do cenário e se misturam com o cotidiano dos personagens. Somos conduzidos por um Rio de Janeiro que vai além dos cartões postais, porém verdadeiro em todos os aspectos. O filme é baseado na história de João Francisco dos Santos, figura conhecida na cultura marginal brasileira do século XX. A obra faz um recorte da vida de João Francisco, traça sua história antes de se tornar “Madame satã”, personagem popular dos carnavais cariocas.

10. Amarelo Manga (2003) Cláudio Assis


O diretor Cláudio Assis brinca com elementos de maneira crua e suja, sem máscaras. Os atores, assim como seus personagens, estão despidos de qualquer censura. No subúrbio de Recife, Lígia (Leona Cavalli) acorda já mal humorada, pois terá de suportar mais um dia servindo fregueses, que às vezes a bolinam no bar onde trabalha. Paralelamente Kika (Dira Paes), que é muito religiosa, está frequentando um culto enquanto seu marido, Wellington (Chico Diaz), um cortador de carne, decanta as virtudes da sua mulher enquanto usa uma machadinha para fazer seu serviço. Neste instante no Hotel Texas, que também fica na periferia da cidade, Dunga (Matheus Nachtergaele), um gay que é apaixonado por Wellington, varre o chão antes de começar a fazer a comida. Um hóspede do Hotel Texas, Isaac (Jonas Bloch), sente um grande prazer em atirar em cadáveres, que lhe são fornecidos por Rabecão, um funcionário do I.M.L. Não recomendado para os que se impressionam fácil. Um filme nacional que quebra tabus e desconstrói imagens.

11. O Homem que Copiava (2003) Jorge Furtado

André (Lázaro Ramos) é um jovem de 20 anos que trabalha na fotocopiadora da papelaria Gomide, localizada em Porto Alegre. André mora com a mãe e tem uma vida comum, basicamente vivendo de casa para o trabalho e realizando sempre as mesmas atividades. Num dia André se apaixona por Sílvia (Leandra Leal), uma vizinha, a qual passa a observar com os binóculos em seu quarto. Decidido a conhecê-la melhor, André descobre que ela trabalha em uma loja de roupas e, para conseguir uma aproximação, tenta de todas as formas conseguir 38 reais para comprar um suposto presente para sua mãe.

12. Nina (2004) Heitor Dhalia


Nina (Guta Stresser) é uma jovem de sensibilidade agudíssima e mente fragilizada, que procura meios de sobrevivência numa metrópole desumana. A proprietária do apartamento onde mora, Dona Eulália (Myriam Muniz), uma velha mesquinha e exploradora, parece ter prazer em esmagar a vontade da sua inquilina exaurida.

Em meio aos desenhos que faz em toda a parte e vivendo a agitada cena eletrônica de São Paulo, Nina mergulha nos fantasmas de seu inconsciente até acabar envolvida em um crime. Suas atormentações ganham um toque psicológico característico de Crime e Castigo, livro do Dostoiévski. Em meio a festas eletrônicas Nina vive um mundo introspectivo, dentro de imaginações ilustradas nos desenhos que ela cria.

13. O Cheiro do Ralo (2006) Heitor Dhalia


Lourenço (Selton Mello) é o dono de uma loja que compra objetos usados. Aos poucos ele desenvolve um jogo com seus clientes, trocando a frieza pelo prazer que sente ao explorá-los, já que sempre estão em sérias dificuldades financeiras. Ao mesmo tempo Lourenço passa a ver as pessoas como se estivessem à venda, identificando-as através de uma característica ou um objeto que lhe é oferecido. Incomodado com o permanente e fedorento cheiro do ralo que existe em sua loja, Lourenço vê seu mundo ruir quando é obrigado a se relacionar com uma das pessoas que julgava controlar.

14. Estômago (2007) Marcos Jorge


Trilha simples e bem executada, fotografia e enredo que chamam atenção. Um filme nacional que cativa por sua simplicidade, incluindo o charme do personagem principal. Raimundo Nonato (João Miguel) foi para a cidade grande na esperança de ter uma vida melhor. Contratado como faxineiro em um bar, logo ele descobre que possui um talento nato para a cozinha. Com suas coxinhas Raimundo transforma o bar num sucesso. Giovanni (Carlo Briani), o dono de um conhecido restaurante italiano da região, o contrata como assistente de cozinheiro. A cozinha italiana é uma grande descoberta para Raimundo, que passa também a ter uma casa, roupas melhores, relacionamentos sociais e um amor: a prostituta Iria (Fabiula Nascimento).

15. Linha de Passe (2008) - Walter Salles e Daniela Thomas


São Paulo. Reginaldo (Kaique de Jesus Santos) é um jovem que procura seu pai obsessivamente. Dario (Vinícius de Oliveira) sonha em se tornar jogador de futebol mas, aos 18 anos, vê a idéia cada vez mais distante. Dinho (José Geraldo Rodrigues) dedica-se à religião. Dênis (João Baldasserini) enfrenta dificuldades em se manter, sendo também pai involuntário de um menino. Os quatro são irmãos, tendo sido criados por Cleuza (Sandra Corveloni), sua mãe, que trabalha como empregada doméstica e está mais uma vez grávida, de pai desconhecido. Eles precisam lidar com as transformações religiosas pelas quais o Brasil passa, assim como a inserção no meio do futebol e a ausência de uma figura paterna.

16. Nome Próprio (2008) Murilo Salles


Camila (Leandra Leal) tem a escrita como sua grande paixão. Intensa e corajosa, ela busca criar para si uma existência complexa o suficiente para que possa escrever sobre ela. Ela escreve compulsivamente em um blog, só que isto faz com que também fique isolada.

17. A Festa da Menina Morta (2009) Matheus Nachtergaele


Há 20 anos uma pequena população ribeirinha do alto Amazonas comemora a Festa da Menina Morta. O evento celebra o milagre realizado por Santinho, que após o suicídio da mãe recebeu em suas mãos, da boca de um cachorro, os trapos do vestido de uma menina desaparecida. A menina jamais foi encontrada, mas o tecido rasgado e manchado de sangue passa a ser adorado e considerado sagrado. A festa cresceu indiferente à dor do irmão da menina morta, Tadeu. A cada ano as pessoas visitam o local para rezar, pedir e aguardar as “revelações” da menina, que através de Santinho se manifestam no ápice da cerimônia. A Festa da Menina Morta é o primeiro longa-metragem dirigido pelo ator Matheus Nachtergaele. As filmagens aconteceram no município de Barcelos, no estado do Amazonas.

18. Reis e Ratos (2010) Mauro Lima


Passada em 1963 no Rio de Janeiro, a história é contada por meio dos diferentes pontos de vista de cada personagem, quando um clima de conspiração afeta várias pessoas relacionadas, de alguma maneira, com o cenário político da época. Entre elas está o agente da CIA chamado Troy, que vive no Brasil e passa a duvidar de sua fidelidade com sua terra natal, depois de experimentar as coisas boas de nossa terra e se casar com uma brasileira. Em parceria com o Major brasileiro Esdras, ele planeja uma armadilha para o presidente que pode atrapalhar os planos do Golpe Militar.

19. Teus olhos meus (2011) Caio Sóh


Gil é um jovem de 20 anos, órfão, criado pelos tios. Seu estilo de vida gera uma guerra familiar, fazendo com que Gil vá embora de casa, deixando não somente todos os seus pertences como sua segurança e o único amor zeloso que tivera até então. Com o violão nas costas, sem rumo, dinheiro ou retaguarda de amigos, Gil conhece Otávio, um produtor musical que mudará seu destino para sempre.

20. Tatuagem (2013) Hilton Lacerda


Recife, 1978. Clécio Wanderley (Irandhir Santos) é o líder da trupe teatral Chão de Estrelas, que realiza shows repletos de deboche e com cenas de nudez. A principal estrela da equipe é Paulete (Rodrigo Garcia), com quem Clécio mantém um relacionamento. Um dia, Paulete recebe a visita de seu cunhado, o jovem Fininha (Jesuíta Barbosa), que é militar. Encantado com o universo criado pelo Chão de Estrelas, ele logo é seduzido por Clécio. Não demora muito para que eles engatem um tórrido relacionamento, que o coloca em uma situação dúbia: ao mesmo tempo em que convive cada vez mais com os integrantes da trupe, ele precisa lidar com a repressão existente no meio militar em plena ditadura.

21. O Lobo Atrás da Porta (2013) Fernando Coimbra


O Lobo Atrás da Porta é um longa-metragem nacional inspirado no caso policial “A fera da Penha”. Numa delegacia, um homem (Milhem Cortaz), sua mulher (Fabíula Nascimento) e a amante dele (Leandra Leal) são interrogados. Arrancados pacientemente pelo detetive (Juliano Cazarré), um após o outro, seus depoimentos vão tecendo uma trama de amor passional, obsessão e mentiras que levará a um final completamente inesperado.

22. Elena (2013) Petra Costa


Elena viaja para Nova York com o mesmo sonho da mãe: ser atriz de cinema. Deixa para trás uma infância passada na clandestinidade dos anos de ditadura militar. Deixa Petra, a irmã de sete anos. Duas décadas mais tarde, Petra também se torna atriz e embarca para Nova York em busca de Elena. Tem apenas pistas. Filmes caseiros, recortes de jornal, um diário. Cartas. A todo momento Petra espera encontrar Elena caminhando pelas ruas com uma blusa de seda. Pega o trem que Elena pegou, bate na porta de seus amigos, percorre seus caminhos. E acaba descobrindo Elena em um lugar inesperado.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe o seu comentário.