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terça-feira, 21 de abril de 2015

21 de Abril - Dia de Tiradentes

Joaquim José da Silva Xavier - por apelido “O Tiradentes”

Nasceu Joaquim José no ano de 1745, na fazenda do Pombal às margens direita do Rio das Mortes.

Foi seu pai o português Domingos da Silva Santos e mãe Antônia da Encarnação Xavier. Esta era filha de Domingos Xavier Fernandes um dos primeiros moradores do arraial velho e oficial da primeira Câmara da nova vila.

O menino foi batizado na extinta capela de São Sebastião do Rio Abaixo em 12 de novembro de 1749, tendo como padrinho Sebastião Ferreira Leitão, com que possivelmente aprendeu o ofício de arrancar dentes e não teve madrinha.

Ainda menino Joaquim José perdeu a mãe e logo a seguir o pai, tendo possivelmente vivido com uma das tias, na Vila de São José. Pouco se sabe sobre estes tenros anos do futuro herói da Inconfidência. 

Os pais de Tiradentes além de possuidores da fazenda do Pombal (hoje em ruínas) com capela de Nossa Senhora da Ajuda, mineração e escravos, possuíam duas casas na Vila de São José para ficarem quando vinham a missa aos domingos como era costume.

Em 1767, o Joaquim José solicita às autoridades portuguesas a sua emancipação alegando que precisava tratar de suas fazenda (negócios) e a maioridade naquela época só se dava aos 25 anos de idade, estando nosso herói com 20 anos.

Após esta data é que Joaquim José deve ter se tornado tropeiro. Especula-se que Joaquim José tenha feito comércio entre a Bahia e Minas, mas o certo é que apareceu em Minas Novas, no vale do Jequitinhonha ao norte, ao norte da capitania onde se envolveu em uma briga e foi preso por ter defendido um negro que estava sendo açoitado em praça pública por seu dono.

Além de dentista prático, Joaquim José receitava remédios da flora; deve ter tentado a mineração pois tinha conhecimento na área.

Cansado pelas mudanças e profissões diversas, Joaquim José senta praça na milíca paga de Minas Gerais, recém criada em 27 de abril de 1775.

O Tiradentes ingressa no dia 1º de dezembro do mesmo ano já no posto de alferes. Como militar sabemos que o alferes serviu na região de Sete Lagoas, onde havia um registro de entrada de mercadorias e depois no famoso caminho novo que ligava o Rio a Minas Gerais, tendo sido nomeado por D. Rodrigo José de Menezes, para comandante do patrulhamento desta importante via por onde escoava todo o carregamento de ouro que via embarcar no posto do Rio de Janeiro em direção ao reino.

No comando do caminho novo, o alferes se estabelece na Fazenda da Rocinha da Negra e de lá rebelou a bandidagem que infestava os caminhos.


Em 1787 e 1788 o Tiradentes pede licença de seu cargo e vai para o Rio de Janeiro onde conversa com os comerciantes sobre as idéias de independência. No Rio o Tiradentes conhece o Dr. José Alves Maciel, que acaba de chegar da Europa e se empolga com as idéias iluministas e libertárias do mineiro recém-chegado.

De volta a Minas prega a liberdade e independência por toda parte, nas estalagens onde fica hospedado, nas fazendas, como a de José Aires Gomes na Borda do Campo, nas casas de prostituição, nas vendas, nas boticas e lojas e mesmo no seio da tropa.

O grupo de intelectuais, fazendeiros, mineradores, militares e clero se reúne em Vila Rica, ora em casa de Contratador de Entradas, ora em casa do Comandante da Milícia Francisco de Paula Freire de Andrada.. Em uma reunião o coronel Alvarenga Peixoto sugere que deva ter os versos de Virgílio “Libertas quae sera tamem” na bandeira na nova nação. A senha para a deflagração do movimento seria tal dia é o batizado em alusão a uma festa de batizado realizada na casa do Padre Toledo em outubro de 1788, onde se falou muito de uma insurreição.

A estratégia seria o comandante da companhia de dragões de Vila Rica anunciar que a milícia se rebelou e que o comandante irá reprimi-la, mas na verdade se juntaria a ela e mandaria cortar a cabeça do capitão general e governador, que seria apresentada ao povo.

O alferes Tiradentes pediu para si esta ação. Depois resolveu-se que não se mataria o governador e sim o expulsaria de Minas com a família. Tudo estava preparado, o Alvarenga Peixoto forneceria cavalos, Domingos Abreu Vieira forneceria pólvora, muitos colocariam os escravos em combate.

O movimento foi delatado por Joaquim Silverio dos Reis, Basílio Brito Malheiros e Inácio Correa Pamplona, sendo os envolvidos presos em Minas, e o alferes Silva Xavier preso no Rio de Janeiro, onde se encontrava. Recolhido a fortaleza da Ilha das Cobras, lá passou quase três anos encarcerado e respondendo aos interrogatórios, tendo no início negado toda a trama, mas depois de saber que todos já tinham confessado, confessou assumindo toda a culpa. Foi condenado a morte em sentença expedida pela alçada, enquanto os outros tiveram pena comutada para degredo.

O Tiradentes teve a pena mantida e finalmente foi executado com grandes pompas e cortejo, em alto cadafalso erguido no Campo da Lampadosa em 21 de abril de 1792, pela manhã.. Seu corpo foi esquartejado a machado, salgado e colocado em postes a beira da estrada de Minas, principalmente no sítio de Cebolas e Varginha do Lourenço. A cabeça foi reservada a praça principal de Vila Rica diante da Câmara e do Palácio do governo. Sua antiga residência na rua São José foi demolida e o terreno salgado e erguido um padrão de ignomínia. Sua descendência foi declarada infame até a quinta geração.

Cumpre dizer que Joaquim José vivia com Antônia Maria do Espírito Santo, com quem teve uma filha, batizada com o nome de Joaquina, nascida em 1787, da qual não há mais notícias após a morte do Tiradentes.

Olinto Rodrigues dos Santos Filho

Fonte: www.tiradentes.mg.gov.br

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