Moura Ramos Indústria Gráfica: livros, revistas, embalagens, sacolas, agendas e impressos em geral.: Palavras impossíveis de traduzir

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Palavras impossíveis de traduzir


Em setembro de 2014, a ilustradora britânica Ella Frances Sanders lançou Lost in Translation (ainda sem lançamento previsto no Brasil), uma coletânea de 50 palavras de vários idiomas que têm sentidos específicos em muitas culturas, mas que não encontram tradução literal em outras línguas.

Do português, ela tirou saudade e cafuné.

O livro está há várias semanas entre os mais vendidos da categoria Viagens do jornal The New York Times. Conheça alguns dos verbetes mais intrigantes.

(Todas as imagens foram cedidas à BBC e são reproduzidas do livro Lost in Translation, publicado na Grã-Bretanha pela editora Ten Speed Press, uma marca do grupo Random House LLC)
Mangata

Na introdução do livro, Ella Frances Sanders diz: "Pode ser que sua língua materna apresente algumas lacunas essenciais, mas não tenha medo: você pode recorrer a outros idiomas para definir o que está sentindo". Uma dessas palavras émangata, que em sueco quer dizer "o reflexo da lua na água, que parece uma estrada".

Akihi

"A velocidade e a frequência dos nossos diálogos deixam um espaço que adora ser preenchido por desentendimentos... e hoje, mais do que nunca, o que queremos dizer se perde na tradução", afirma Sanders. Ela acredita que as palavras "intraduzíveis" podem oferecer rápidos momentos de identificação, independentemente do idioma.

Akihi é um termo do Havaí que expressa uma situação familiar para muitas pessoas: o esquecimento que temos assim que alguém nos dá uma indicação de como chegar a um lugar.
Hiraeth

A palavra hiraeth, da língua galesa (País de Gales), tem semelhanças com a nossa saudade, descrevendo uma certa melancolia pela ausência de algo ou alguém.

Segundo Sanders, aprender sobre palavras é algo que "nos faz pensar como todos nós somos inerentemente humanos – todos somos feitos do mesmo material e não precisamos ter fluência em outros idiomas para podermos nos comunicar bem".

Iktsuarpok

Um substantivo na língua dos esquimós do Ártico, iktsuarpok é um sentimento "entre a paciência e a ansiedade". O termo resume "aquele sentimento que faz uma pessoa sair e entrar, sair e entrar, para ver se alguém está chegando".

Sanders diz à BBC que as palavras em seu livro "muitas vezes dão nome a sentimentos e atitudes que já conhecemos". "Por isso, acho que um brasileiro não é tão diferente de um sueco, que não é muito diferente de nós, britânicos."
Kummerspeck

A expressão alemã kummerspeck – literalmente traduzida como "bacon da tristeza" – refere-se ao excesso de peso ganho após uma comilança provocada por questões emocionais. "Infelizmente, estamos programados para encontrar conforto na comida", diz Sanders. "E isso funciona, até que você um dia se dá conta da sua silhueta".

Wabi-sabi

Em japonês, o termo wabi-sabi significa "encontrar beleza nas imperfeições, uma aceitação do ciclo da vida e da morte". Segundo Sanders, a palavra deriva do budismo, que ensina que "entender nossa transitoriedade e a assimetria de nossas vidas pode nos levar a uma existência mais plena, porém modesta".
Pisan Zapra

Muitas palavras expressam uma forma de medida específica de um certo lugar. O termo finlandês poronkusema descreve "a distância que uma rena pode caminhar confortavelmente antes de fazer uma pausa".

Já pisan zapra é uma palavra da Malásia que se refere "ao tempo necessário para comer uma banana".
Kalpa

Kalpa é um termo em sânscrito que significa "a passagem do tempo em uma escala grandiosa, cosmológica".

Sanders afirma: "Quando você tem uma palavra para alguma coisa, aquilo se torna mais tangível, muito mais acessível. Seus pensamentos começam a incluir essas diferentes formas de ver e de ser".

Tsundoku

A expressão japonesa tsundoku significa "deixar um livro sem ler depois de comprá-lo, normalmente empilhado com outros livros ainda não lidos". O termo é um alívio para pessoas que acumulam obras de literatura.

Boketto

"É bom saber que os japoneses valorizam tanto o ato de não pensar em nada que eles até têm um nome para isso", diz Sanders. Boketto, que significa "perder o olhar no horizonte sem pensar realmente em nada específico", é a palavra favorita da autora. "Sou conhecida por fazer isso até demais", confessa.



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