Moura Ramos Indústria Gráfica: livros, revistas, embalagens, sacolas, agendas e impressos em geral.: 22 de Maio - Dia de Santa Rita de Cássia

quinta-feira, 22 de maio de 2014

22 de Maio - Dia de Santa Rita de Cássia

O nascimento

Santa Rita nasceu num pequeno povoado chamado Roccaporena a cinco quilômetros de Cássia, bem no alto dos montes Apeninos, na província da Úmbria.

A Úmbria, embora fosse na época uma região pouco povoada, se tornou berço de muitos filhos ilustres, entre eles São Francisco de Assis, São Bento e Santa Clara, além de Santa Rita.

Os pais de Santa Rita, Antônio Lotti e Amata Ferri, formavam um casal exemplar e eram conhecidos pelos seus amigos como “pacificadores de Jesus Cristo”.Gozavam de imenso prestígio e autoridade no meio daquela gente, por suas virtudes. Sua ocupação diária era visitar os vizinhos mais necessitados, levando a eles ajuda espiritual e material.

Para que sua felicidade fosse completa, faltava ao casal um filho. Apesar da idade avançada de Amata (62 anos) Deus atendeu às suas preces: conta a história que um anjo apareceu a ela e lhe revelou que daria à luz uma menina que seria a admiração de todos, escolhida por Deus para manifestar os seus prodígios. Em 1381, nasceu esta admirável criatura, que foi batizada Santa Maria dos Pobres, em Cássia, porque o pequeno povoado de Roccaporena teve uma pia batismal somente em 1720.

O nome de Rita, diminutivo de Margherita, foi revelado pelo anjo, com o qual a Santa se tomou conhecida para sempre. Quando Antônio e Amata iam trabalhar nos campos, colocavam sua filhinha num cesto de vime e abrigavam-na à sombra das árvores. Um dia, a criança sonhava, com os olhos voltados para o céu azul, quando um grande enxame de abelhas brancas a envolveu, fazendo um zumbido especial. Muitas delas entravam em sua boca e aí depositavam mel, sem a ferroar, como se não tivessem ferrões. Nenhum gemido da criança para chamar seus pais; ao contrário, dava gritinhos de alegria. Enquanto isso, um lavrador que estava próximo feriu-se com uma foice, dando um grande talho na mão direita.

Dirigindo-se imediatamente para Cássia, a fim de receber os necessitados cuidados médicos, ao passar perto da criança viu as abelhas que zumbiam ao redor de sua cabeça. Parou e agitou as mãos para livrá-las do enxame. No mesmo instante, sua mão parou de sangrar e o ferimento se fechou. Gritou de surpresa, o que chamou a atenção de Antônio e Amata que acorreram ao local.

O enxame, por alguns instantes disperso, voltou ao seu lugar e mais tarde, quando Rita foi para o mosteiro de Cássia, as abelhas ficavam nas paredes do jardim interno.

Este fato é relatado pelos biógrafos da santa e transmitido pelas tradições e pinturas que a ele se referem. A Igreja, tão exigente para aceitar as tradições, insere esta circunstância nas lições do Breviário. Tendo atribuído o nascimento de Rita a um milagre, seus pais também atribuíram este acontecimento a um prodígio.

A INFÂNCIA E A JUVENTUDE

Rita era para seus pais um precioso dom concedido à sua fé e orações. Analfabetos, procuravam transmitir à criança seus conhecimentos da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Santa Virgem Maria e dos santos populares.

Apenas chegara à idade da razão, apareceram em Rita os primeiros sinais de virtude que, sob influência da graça divina, ia-se desenvolvendo em sua bela alma. Rita era um anjo, dócil, respeitosa e obediente para com seus velhos pais. Os ensinamentos que eles lhe davam levaram-na a decidir consagrar a sua virgindade a Jesus Cristo.

Gostava tanto da vida retirada que seus pais lhe permitiram ter um oratório dentro de casa; ali passava os dias meditando no amor de Jesus, castigando seu inocente corpo com duras penitências. Aos 16 anos, pensava no modo de confirmar definitivamente sua consagração a Jesus Cristo por meio dos votos perpétuos. Rita chegou a pedir, de joelhos, licença para entrar no convento.


Seus pais, porém, com a idade avançada e guiados pelo amor natural, não querendo deixá-la só no mundo, resolveram casá-la com um jovem que pedira sua mão. Que lutas, que dores para o coração dessa jovem, entre o amor à virgindade e a obediência devida a seus pais! Não tinha coragem de dar a um homem o coração que desde a infância consagrara a Deus e, por outro lado, causavam-lhe piedade seus velhos pais, muito idosos, aos quais se acostumara a obedecer nas mínimas coisas.

O CASAMENTO

O jovem que pedira a mão de Rita se chamava Paolo di Ferdinando Mancini, descrito como um homem pervertido, de caráter feroz e sem temor a Deus, que seria capaz de provocar um verdadeiro escândalo se Rita e seus pais não aceitassem esse casamento. Assim, Rita se viu obrigada a se casar. Quanto padeceu ela no longo período de 18 anos que viveu com seu esposo!Injuriada sem motivo, não tinha uma palavra de ressentimento; espancada, não se queixava e era tão obediente que nem à Igreja ia sem a permissão de seu brutal marido.

A mansidão, a docilidade e prudência da esposa, porém, suavizaram aquela rude impetuosidade, conseguindo transformar em manso cordeiro aquele leão furioso. Fernando não pôde resistir a tanta abnegação e mudou completamente de vida, tornando-se um marido respeitoso. Rita sentia-se muito feliz por ver seu marido convertido ao bom caminho.

Sentia-se feliz por educar nos princípios da religião os dois filhinhos que o céu lhe dera: Giovanni Tiago e Paolo Maria. Mas durou pouco tempo aquela felicidade de santa esposa e mãe! Quando menos esperava, seu marido foi ferozmente assassinado pelos inimigos que fez em sua vida de violência. Rita tomou todas as providências para um sepultamento digno para seu marido. Praticou, ainda, o supremo ato de perdoar os seus assassinos.

Refeita da primeira dor causada pela morte do marido, a piedosa mulher concentrou toda sua atenção e solicitude em seus dois filhos. A mãe atenta percebia que os dois jovens apresentavam sintomas de desejos de vingança. Quando se viu em tal situação, ela tomou uma resolução heróica e pediu a Jesus Crucificado que levasse os seus filhos inocentes, se fosse humanamente impossível evitar que tornassem criminosos.

Um após outro, caíram doentes os meninos e Rita os tratou com o máximo cuidado, velando para que nada lhes faltasse, procurando todos os remédios necessários para lhes conservar a vida.

EM BUSCA DO ANTIGO SONHO

Desligada dos laços do matrimônio e dos cuidados maternais pela morte do esposo e filhos, Rita passou a se dedicar com afinco à prática das virtudes, às obras de caridade e à oração. A caridade para com o próximo era inesgotável.

Não se contentando em dar o que tinha, trabalhava com suas próprias mãos para poder dar mais. Tudo isto. Porém, não bastava para aquela alma inflamada pelo amor divino. Quando ia à cidade, ao passar diante das portas dos mosteiros onde teria podido servir a Deus com todas as suas forças, parecia-lhe que uma força interior e poderosa a atraía. Rita encorajou-se e resolveu fazer uma tentativa. Bateu à porta do convento das agostinianas de Santa Maria Madalena, às quais ela tinha profunda admiração pela devoção que tinha a Santo Agostinho e por ter sido Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, seu modelo nos diversos estados de vida e tão parecida com ela no sofrimento, portas dos mosteiros onde teria podido servir a Deus com todas as suas forças, parecia-lhe que uma força interior e poderosa a atraía.

Expôs à superiora do convento o seu ardente desejo. Seu aspecto humilde e piedoso causou excelente impressão na religiosa; mas o convento, que somente recebia jovens solteiras, jamais havia aberto suas portas a uma viúva, e a pobre mulher se viu rejeitada.

Imaginem em que estado de alma Rita voltou a Roccaporena. Voltou às suas orações e boas obras e, tendo retomado a confiança, voltou ainda por duas vezes à porta do mosteiro de Santa Maria Madalena, sofrendo duas novas rejeições. Rita se abandonou à vontade de Deus, recomendando-se mais do que nunca a seus santos protetores. Quando Deus a viu perfeitamente resignada e confiante, teve compaixão dela e, uma noite, quando estava em oração, ouviu chamar: “Rita!Rita!”. Ela não viu ninguém e, pensando ter se enganado, voltou às suas orações. Mas, pouco depois, ouviu novamente: “Rita!Rita!”. Levantando-se, abriu a porta e foi à rua.

Eram 3 homens e Rita não tardou a reconhecê-los: eram seus protetores São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolau de Tolentino, que a convidaram para seguí-los. Em êxtase, como num sonho, ela os seguiu e logo estava em Cássia, diante do convento Santa Maria Madalena. As religiosas dormiam e a porta estava bem trancada. Era impossível abri-la por meios humanos, mas os santos que Deus enviara para acompanhá-la fizeram com que ela se encontrasse no meio do mosteiro. Quando as religiosas desceram para se reunir no coro, ficaram estupefatas ao encontrar a santa mulher que tinha sido insistentemente rejeitada.

Como entrara ela, se o mosteiro estava completamente fechado e não havia sinal algum de abertura ou arrombamento? “Sou eu mesma- dizia, chorando- aquela que tantas vezes pediu para entrar aqui e não me aceitastes como digna de tanta felicidade! Santas esposas de Jesus; sabei como a divina Majestade me fez este singular favor, enviando na noite passada o Santo Precursor, acompanhado do glorioso Patriarca Santo Agostinho e S. Nicolau, meus protetores, que me trouxeram aqui de maneira milagrosa.

Eu vos rogo, por aquele Senhor que tão liberal foi comigo, que me recebais em vossa companhia”. As freiras ficaram impressionadas com o relato que Rita fez do acontecido e, diante de um milagre tão estupendo, reconheceram os desígnios de Deus e admitiram jubilosas em sua companhia aquela criatura mais angelical que humana.

A VIDA NO CONVENTO

A primeira coisa que Rita fez, ao ser admitida no convento, foi repartir entre os pobres todos os bens que possuía. Para colocar à prova a obediência da noviça, a superiora do convento ordenou-lhe que regasse de manhã e à tarde um ramo de videira ressequido e já destinado ao fogo. Rita não ofereceu dificuldade alguma e, de manhã e de tarde, com admirável simplicidade, cumpria essa tarefa, enquanto as irmãs a observavam com irônico sorriso. Isso durou cerca de um ano, segundo certas biografias da santa.

Um belo dia, as irmãs se assombraram: a vida reapareceu naquele galho ressequido, surgiram brotos, apareceram folhas e uma bela videira se desenvolveu maravilhosamente, dando a seu tempo deliciosas uvas. E essa videira, velha de cinco séculos, ainda hoje está viçosa no convento. Em 1443, veio a Cássia para pregar a Quaresma, São Tiago de La Marca. O sermão da paixão de Nosso Senhor sensibilizou profundamente Rita. Voltando ao convento, profundamente emocionada com o que ouvira, prostrou-se diante da imagem do crucifixo que se achava em uma capela interior, e suplicou ardentemente a Jesus que lhe concedesse participar de suas dores. E eis que um espinho se destacou da coroa do crucifixo, veio a ela e entrou tão profundamente em sua testa que a fez cair desmaiada e quase agonizante.

Quando voltou a si, a ferida lá estava, atestando o doloroso prodígio.Enquanto as chagas de São Francisco e de outros santos tinham a cor do sangue puro e não eram repugnantes, a de Rita se converteu numa ferida purulenta e fétida, de maneira que a pobre vítima, para não empestear a casa, teve de ser recolhida a uma cela distante, onde uma religiosa lhe levava o necessário para viver. Ela suportou e ferida durante 15 anos.

Em 1450 foi celebrado o jubileu em toda Cristandade e como algumas irmãs estavam se preparando para ir a Roma, Rita manifestou um ardente desejo de as acompanhar, mas seu estado de saúde estava se agravando devido a ferida que o espinho havia deixado em sua testa. As irmãs acharam que Rita não deveria ir, mas ela pedindo a Deus para a ferida desaparecer, foi mais uma vez atendida e conseguiu acompanhar as irmãs a Roma, com grande proveito para sua alma. Mas logo que voltou da viagem a ferida reapareceu e também uma enfermidade incurável que lhe causava um grande sofrimento.

Em meio as dores, ela conservava a alegria do espírito e um sorriso encantador que brilhava em seu rosto.

A MORTE DE SANTA RITA

Na última enfermidade, que durou quatro anos, veio visitá-la sua parenta; a Santa agradeceu-lhe a visita e, ao se despedir pediu:-Vá à horta que fica perto de tua casa, por amor de Jesus, e traga-me uma rosa. Era o mês de janeiro, quando os campos estão cobertos de neve e a vegetação morta. A parenta não deu crédito, pensando que a Santa delirasse; contudo, para ser agradável, se dispôs a atendê-la, certa porém de que não encontraria rosa alguma.

Rita percebeu suas dúvidas e lhe disse: -Vá, não duvides. Entrando na horta ela encontrou uma linda rosa. Cortou-a e levou à enferma; Rita pediu-lhe que voltasse à mesma horta e lhe trouxesse dois figos. Foram achados numa figueira que lá havia.

Esses fatos explicam o costume de se enfeitar a imagem da Santa com rosas, figos, cachos de uvas e abelhas. A Santa Igreja mesmo parece querer perpetuar o milagre das rosas, aprovando a bênção das rosas que se faz no dia da Festa ou no dia 22 de cada mês, para alívio dos enfermos. A doença da Santa estava cada dia piorando e as dores tinham se tornado insuportáveis. Com orações e santas aspirações ela se preparou para receber os sacramentos e entre expressões de amor a Jesus e Maria sua alma se libertou dos vínculos que a prendiam à terra.

“Chegou o tempo, minhas queridas irmãs, de sair deste mundo. Deus assim o quer. Muito vos ofendi por não vos ter amado e obedecido como era de minha obrigação; com toda a minha alma vos peço perdão por todas as negligências e descuidos; reconheço que vos tenho molestado por causa desta ferida da fronte; rogo-vos tenhais piedade das minhas fragilidades; perdoai minhas ignorâncias e rogai a Deus por mim, para que minha alma alcance a paz e a misericórdia da clemência divina...”No convento só se ouviam os soluços das freiras.

O rosto pálido da enferma começou a tomar viva cor: transformou-se de repente, voltando a recuperar a formosura dos anos juvenis. As freiras a contemplavam extasiadas. Ela abriu novamente os olhos e, olhando para as irmãs em volta com suavidade e doçura, disse-lhes que a esperavam os Santos, seus protetores, e acrescentou:

“Amai a Deus, minhas irmãs, sobre todas as coisas, porque a sua bondade e formosura são inigualáveis e só Ele deve merecer o vosso amor; observai a regra que haveis professado, venerai o nosso grande pai Santo Agostinho por nos ter dado nela um caminho real para a glória”. Este foi o seu testamento; e, levantando as mãos, assim prosseguia: “Ficai com Deus, em paz e caridade fraterna”. Sorriu, pareceu adormecer e... acordou no céu entre os anjos.

Finalmente, com 76 anos de idade e 40 de vida religiosa, faleceu Santa Rita em Cássia, no velho Convento das Agostinianas, no dia 22 de maio de 1457, depois de ter recebido com muita piedade os últimos sacramentos. Neste momento mãos invisíveis tangeram os sinos do convento e da vila de Cássia, entoando um hino triunfal das esposas eternas, convidando a comunidade para fazer um coro na glorificação da alma daquela que viveu e morreu na santidade... A morte de Rita foi acompanhada de muitos milagres. Na cela onde ela faleceu, apareceu uma luz de grande esplendor e um perfume especial se fez sentir em todo o mosteiro, e a ferida do espinho, antes de aspecto repugnante tornou-se brilhante, limpa, cor de rubi.

Centenas de pessoas compareciam ao convento para ver a “Santa”, cujo cadáver ficou em exposição além do tempo legal. As freiras trataram de sepultar o corpo da Santa, mas eis que a providência de Deus fez com que em toda a cidade não se achasse mais que um carpinteiro, e este tão doente que estava não podia pegar nas ferramentas. –Que a Santa me cure-disse ele-, e eu farei o caixão. De fato, Francesco Barbari sentiu-se repentinamente curado e cumpriu a sua promessa. As irmãs entoavam hinos de agradecimento a Deus por ter exaltado no céu e na terra sua serva. Rita foi venerada como santa imediatamente após a sua morte, como atestam o sarcófago e o Codéx Miraculorum, documentos de 1457 e 1462. Seus ossos, desde 18 de maio de 1947, repousam no Santuário, na urna de prata e cristal fabricada em 1930.

Quase 550 anos se passaram desde que alma de Rita deixou de animar aquele corpo; não obstante, o poder de Deus ainda o conserva. As vestes que lhe serviam de mortalha estão tão perfeitas como no dia em que a envolveram. Recentes exames médicos afirmam que sobre a testa, à esquerda, existem traços de uma ferida óssea (osteomielite). O pé direito apresenta sinais de uma doença sofrida nos últimos anos, talvez uma inflamação no nervo ciático. Sua altura era de 1,57m. O rosto, as mãos e os pés estão mumificados, enquanto que sob o hábito de religiosa agostiniana existe, intacto, o seu esqueleto. Culto à bem aventurada da vila de Cássia rapidamente se estendeu pela Itália, Portugal e Espanha, onde devido aos milagres obtidos por sua intercessão o povo lhe deu o nome de “Santa das causas impossíveis”.

O papa Urbano 8, então bispo de Espoleto, a cuja diocese pertence a Cássia, presenciou vários milagres. Assim que foi elevado à cátedra de São Pedro, mandou iniciar o processo de beatificação. Em 1627 aprovou a reza e missa em honra de Santa. Muitos contratempos fizeram com que se protelasse a canonização, que só aos 24 de maio de 1900 se realizou sob o Pontificado de Leão 13. Contudo, já em 1577 se erguia em Cássia uma igreja à Santa das causas desesperadas e impossíveis.

O Brasil não foi das últimas nações em cultuá-la, pois a atual matriz de Santa Rita da Arquidiocese do Rio de Janeiro, data da era remota de 1724. Além desta, existem no Brasil outras igrejas dedicadas a Santa Rita, provando a grande veneração que o povo católico brasileiro tem por ela.

Fonte: www.diocesedejundiai.org.br

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