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domingo, 23 de março de 2014

Dia 23 de março - Aniversário de Florianópolis: 289 anos

Dia 23 março, Florianópolis comemora mais um aniversário de sua emancipação política: há 289 anos passou de Freguesia, então pertencente a Vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna, hoje Laguna, SC, para Vila de Nossa Senhora do Desterro.



Localizada na Ilha de Santa Catarina e também ocupando uma parte continental, nossa cidade desenvolveu-se bastante nesses últimos anos, mas, felizmente, ainda possui muito da terra dos "manezinhos", que muitos cantam e que a todos encanta.

Quem “batizou” a ilha como Ilha de Santa Catarina foi o italiano Sebastião Cabotto, que após servir aos reis de Espanha foi trabalhar para os ingleses. Foi o descobridor da América do Norte em 1497 e, segundo mapas feitos por Juan Dias de Solis, em 1519 deu esse nome a então denominada Ilha dos Patos.

Coube ao o bandeirante paulista Francisco Dias Velho a honra de ser o fundador de nossa bela cidade. Dias Velho foi um dos pioneiros da colonização da Ilha de Santa Catarina e suas lutas contra os invasores, bem como sua morte épica, ficaram marcadas na história de nossa terra.

Dias Velho chegou à ilha em 1675, para fundar o povoado e impulsionar o surgimento da cidade que viria, mais tarde, se chamar Nossa Senhora do Desterro. Segundo historiadores, o desbravador com fama de sanguinário veio acompanhado da esposa, cinco filhos (três mulheres e dois homens), dois padres da Companhia de Jesus (jesuítas) e centenas de índios “domesticados”. Com isso, iniciou a ocupação e exploração da terra quase virgem.

Na época, o vasto território separado do resto do país por uma pequena faixa de mar, era habitado basicamente por índios Tupi-Guarani. O bandeirante veio ocupá-lo de olho nos lucros que poderiam advir da escravidão dos índios e da exploração de pedras preciosas. Por este motivo, a ilha também era alvo de ataques de piratas de várias nacionalidades.

Em 1687, um navio pirata proveniente do Peru atracou em Canasvieiras com um carregamento de prata. Dias Velho não só expulsou os invasores, como também ficou com a carga. Um ano depois ocorreu a vingança: o comandante do navio, Robert Lewis, voltou, invadiu a casa do colonizador, violentou suas três filhas, retomou sua prata e matou velho bandeirante. A família de Dias Velho concluiu a construção de uma capela – onde hoje está erguida nossa Catedral Metropolitana – e voltou para São Paulo. Dias Velho é considerado o fundador de nossa cidade.

Após a morte de Dias Velho, intensificou-se o fluxo de exploradores paulistas para o sul do Brasil, que ocuparam vários pontos do litoral. Em 23 de março de 1726, o povoado de Nossa Senhora do Desterro é elevada à categoria de vila, a partir de seu desmembramento de Laguna (a Vila de Santo Antônio dos Anjos da Laguna possuia território tão vasto, que também Porto Alegre fazia parte dela). Esta é a data que comemoramos, da emancipação política de nossa cidade.

A Ilha de Santa Catarina, por sua posição estratégica, passou a ser ocupada militarmente a partir de 1737, quando começaram a ser erigidas as fortalezas necessárias à defesa do seu território. Esse fato resultou num importante passo na ocupação de nossa futura capital. Com a ocupação, prosperaram a agricultura e a indústria manufatureira de algodão e linho, permanecendo, ainda hoje, resquícios desse passado, no que se refere à confecção artesanal da farinha de mandioca e das rendas de bilro.

A partir da metade do século XVIII, verifica-se a implantação das denominadas armações para pesca da baleia, em Armação da Piedade – hoje no município de Governador Celso Ramos e Armação do Pântano do Sul, na Ilha de Santa Catarina. O óleo de baleia constituía-se em importante produto que era comercializado pela Coroa fora de Santa Catarina, não trazendo benefício econômico à região.

Em 1823, a Vila de Nossa Senhora do Desterro foi elevada à categoria de cidade, tornou-se capital da Província de Santa Catarina. Esse fato resultou em período de grande desenvolvimento para a região. Projetou-se a melhoria do porto já existente, a construção de edifícios públicos e outras obras urbanas. A modernização política e a organização de atividades culturais também se destacaram, marcando inclusive os preparativos para a recepção ao Imperador D. Pedro II, que aqui esteve em 1845. Em outubro desse ano, ancorada a embarcação imperial nos arredores da ilha, D. Pedro permaneceu em solo catarinense por quase um mês.

Quanto ao nome atual, Florianópolis, foi fruto de tentativas de se agradar ao governo federal, quando da Revolução Federalista de 1893. O sanguinário interventor Moreira Cesar fazia e acontecia, trucidando nossa elite intelectual. Numa tentativa (frustrada) de se evitar uma série de fuzilamentos (em Anhatomirim), onde morreram vários ilustres conterrâneos, o governo estadual tentou negociar mudando o nome da cidade, então Nossa Senhora do Desterro, para Florianópolis. Era uma “homenagem” ao ditador Floriano Peixoto, que nada tem a ver com nossa terra e nossa gente. Mais justo e coerente seria homenagear Dias Velho!

Em 1979, o Presidente da República, João Figueiredo, quando em visita a nossa cidade, “presenteou-nos” com um busto de Floriano Peixoto. O que ocorreu a seguir já virou história. O busto foi arrancado do pedestal (na praça XV de novembro) e arrastado em praça pública por estudantes e populares, sob olhares perplexos dos militares e governantes da época. O dia deste acontecimento foi 30 de novembro de 1979, e se constituiu em parte do que ficou na história como Novembrada de Florianópolis. Mas isto já é outra história.

Em agosto de 2001 foi inaugurado o Elevado Dias Velho, próximo à cabeceira insular das pontes Pedro Ivo e Colombo Sales, na entrada da Ilha de Santa Catarina. É mais uma obra que veio facilitar a vida dos florianopolitanos e daqueles a visitam. E uma homenagem ao pioneiro Dias Velho.


Fonte:  Blog do Pascal

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