Moura Ramos Indústria Gráfica: livros, revistas, embalagens, sacolas, agendas e impressos em geral.: Disney terá tecnologia polêmica em parque

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Disney terá tecnologia polêmica em parque

Imagine ir ao Walt Disney World com uma pulseira de borracha que, a partir dos dados de seu cartão de crédito, permita a compra de cachorros-quentes e orelhas do Mickey com um simples toque do pulso.
Ou imagine que alertas enviados ao seu smartphone possam lhe avisar quando for a sua vez no brinquedo Space Mountain, sem a necessidade de fazer filas. Será isso apenas uma fantasia? Não exatamente.
Nos próximos meses, a Disney pretende começar a introduzir o sistema MyMagic+, que vai mudar drasticamente o modo como os visitantes da Disney World (cerca de 30 milhões de pessoas por ano) fazem praticamente tudo.
A iniciativa faz parte de um esforço maior (com um custo estimado por analistas entre US$ 800 milhões e US$ 1 bilhão) para alinhar as visitas aos parques Disney com o comportamento do consumidor moderno.
"Se pudermos aprimorar a experiência da visita a um dos parques, mais pessoas virão passar uma parte maior de seu tempo de lazer conosco", explicou Thomas O. Staggs, presidente da Disney Parks and Resorts.
O sistema insere a Disney no terreno da coleta de dados pessoais, que é alvo de discussões acirradas. A empresa já coleta dados para uso em campanhas de vendas futuras, mas parte do MyMagic+ vai permitir que a Disney rastreie o comportamento dos visitantes, com minúcias.
Você comprou um balão? Em que brinquedos andou? Apertou a mão de Pateta, mas ignorou Branca de Neve?
A Disney tem consciência das preocupações com a privacidade, especialmente no que diz respeito às crianças. Mas, explicou Staggs, a empresa concluiu que precisa embutir tecnologia nova em seus parques, sob pena de tornar-se irrelevante. Do ponto de vista da empresa, disse ele, o MyMagic+ pode ser "transformador".
Marlene Bergamo/Folhapress
Parque Magic Kingdom, com castelo da Cinderela ao fundo; Disney irá adotar nova tecnologia em parques
Parque Magic Kingdom, com castelo da Cinderela ao fundo; Disney irá adotar nova tecnologia em parques

A Disney não é a primeira empresa do setor de lazer a usar pulseiras equipadas com chips de identificação por frequência de rádio, ou RFID.
Mas o setor de parques globais da Disney, que recebe estimados 121,4 milhões de visitantes por ano e gera uma receita de US$ 12,9 bilhões, é tão enorme que pode influenciar fortemente o comportamento dos consumidores.
"Quando a Disney dá um passo, ela influi sobre uma cultura", comentou Steve Brown, executivo operacional da empresa britânica Lo-Q, que fornece sistemas de bilheteria e gestão de filas para zoológicos e parques temáticos.
Hoje os visitantes da Disney World passam por catracas na entrada, validam ingressos de papel e depois decidem em que brinquedos querem andar. A comida e os artigos diversos são comprados com dinheiro ou com cartão de crédito.
As pessoas correm para os quiosques FastPass, que distribuem um número limitado de ingressos gratuitos que possibilitam driblar filas. Mas o "engarrafamento" logo começa, e as pessoas esperam. E esperam.
Mudando tudo isso, o MyMagic+ vai permitir que os usuários de um novo website e aplicativo, o My Disney Experience, escolham três FastPasses para brinquedos antes de saírem de casa ou então escolham as cadeiras que quiserem para assistir a desfiles, shows de fogos de artifício e eventos de encontro com personagens.
As pulseiras do MyMagic+ funcionarão como chave do quarto de hotel, tíquete de estacionamento, FastPass e cartão de crédito.
Também será possível incluir informações pessoais. Se os pais optarem por isso, sensores ocultos lerão os dados da pulseira, recebendo as informações necessárias para que a funcionária que representa a Cinderela, por exemplo, cumprimente uma criança com toques pessoais: "Oi, Angie", a personagem poderá dizer, sem que alguém lhe tenha dito o nome da criança. "Fiquei sabendo que hoje é seu aniversário!".
Os visitantes que optarem por usar o sistema MyMagic+ decidirão quantas informações querem compartilhar.
"Se a Disney puder extrair mais lucro da infraestrutura que já possui, acrescentando mais tecnologia, isso é algo muito forte", comentou Brown, da Lo-Q.
"A Disney não poderá competir com os outros parques simplesmente construindo novos brinquedos."

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