Moura Ramos Indústria Gráfica: livros, revistas, embalagens, sacolas, agendas e impressos em geral.: O que é design de embalagem? Parte 1/3

quarta-feira, 17 de julho de 2013

O que é design de embalagem? Parte 1/3

Hoje daremos início a uma série de posts publicados originalmente pelo Choco La Design, onde serão abordados assuntos relativos ao design de embalagens. Confiram:


Embalagem
Explicaremos basicamente “o que é design de embalagem” baseado em 3 livros: “Design de embalagem – 100 fundamentos de projeto e aplicação” de Sarah Roncarelli e Candece Ellicot, “O que é design de embalagem?” de Giles Calver e “Design Sustentável: caminhos virtuosos” de Fabrice Peltier e Henri Saporta.
Esse levantamento divide-se em 7 tópicos: Embalagem, Pesquisa, Mercado, Anatomia, Impressão, Ecologia e Tendências. Essa organização nos ajudará a entender melhor o processo como um todo.
Primeiramente, para que serve a embalagem afinal?
As funções básicas da embalagem são proteger o produto, aprimorar a aparência e facilitar a distribuição. Porém, sabemos que esses atributos primários foram substituídos por outros mais importantes. A medida que o marketing se tornou mais sofisticado, apropriou-se de conceitos de mercado para tornar a embalagem uma ferramenta de venda.
Com a quebra da bolsa em 1929, muitas marcas perderam espaço. Devido a breve recessão, os consumidores passaram a adquirir produtos de marcas mais baratas. Foi a época em que se imaginou que todo o investimento feito com publicidade teria sido perdido. Foi nesse contexto que os primeiros conceitos de marketing surgiram.
A embalagem muitas vezes incorpora o caráter da empresa. Alguns atributos fazem parte da compreensão do consumidor acerca da marca e traduzem os valores que são percebidos pelo cliente. Ou seja, a imagem que temos da empresa está diretamente ligada ao que vemos na embalagem. Além disso, não é apenas a qualidade do produto que está em jogo, mas também a qualidade do serviço. Em resumo, os consumidores não compram os produtos, mas sim os benefícios que vão usufruir ao adquiri-los.
Essa percepção deu ao marketing a responsabilidade de tornar os produtos insignificantes perto do poder que eles possuem. O que podemos concluir é que a embalagem desempenha diversas funções, serve para transportar, mas também para manifestar o posicionamento de uma marca, serve para armazenar mas também para se diferenciar perante os concorrentes.
Cabe a nós, todos os dias, refletir sobre o que estamos fazendo. O design como expressão gráfica ou objeto de arte perde totalmente sua função básica que é, única e exclusivamente, a de servir o mercado. Na verdade, a diversidade dessas funções funciona como complemento para uma solução de design e para facilitar a criação de novas ideias e não o contrário.
O design de embalagem nunca deve ser feito para você e nem para ninguém em específico. Deve ser feito para um determinado público. Acima de tudo, deve responder as expectativas do consumidor e, se possível, torná-lo um objeto de desejo. 
Para entender melhor o público ao qual seu produto se destina, veremos a seguir algumas técnicas de pesquisa.
Pesquisa
Nesta parte do levantamento, escreverei sobre algumas técnicas de pesquisa. Estas técnicas não se referem à pesquisa de referências, mas sobre pesquisa com o consumidor. Tanto em trabalhos acadêmicos, quanto em trabalhos profissionais, é imprescindível definir o público alvo. Na faculdade, apresentar o público ao qual seu produto se destina pode contar pontos e demonstrar envolvimento no projeto.
Os dados demográficos são as primeiras fontes consultadas. Essas pesquisas são importantes para definir informações com sexo, profissão, residência, cultura, etnia, escolaridade, estado civil, tamanho da família, nível econômico, fatores geográficos e religiosos.
Esses dados possuem um papel muito importante no desenvolvimento de um projeto de embalagem, porém, não são suficientemente precisos. Ajudam com informações relevantes, mas não identificam interesses comuns. Para obter melhores informações também é preciso analisar os dados psicográficos.
Os dados psicográficos levam em conta as motivações e anseios dos consumidores, ou seja, releva o comportamento de um grupo de pessoas. São estudos subjetivos, mas que ajudam a determinar as necessidades dos consumidores.
Em resumo, os grupos psicográficos são divididos em 5 categorias.
Afiliados: São pessoas com ambições modestas e que precisam se sentir parte do meio ao qual pertencem;
Empreendedor: É uma pessoa séria de negócios, cujas características mais importantes são o poder e saúde física;
Emulador: Tem como objetivo principal atrair o sexo oposto ou obter aprovação, compra produtos importados ou copias que pareçam caras e que chamem a atenção;
Socialmente Consciente Tipo A: Não se preocupa com o mundo das realizações, preocupa-se com a família, com o ambiente e em como suas ações afetam a sociedade, quer fazer do mundo um lugar melhor.
Socialmente Consciente Tipo B: Possui uma descrença na humanidade. São pessoas que procuram criar suas próprias e pequenas comunidades.
Dados demográficos e psicográficos juntos podem reconhecer elementos-chave que influenciam a compra e podem evitar confusões.
Com os dados em mãos e layouts desenvolvidos, as agências costumam fazer pesquisas diretamente com o consumidor. Os caminhos criativos são expostos e o comportamento dos consumidores é avaliado. Para trabalhos acadêmicos é importante contar com a ajuda dos pais, irmãos, amigos, etc.
Embora a pesquisa possa parecer uma parte chata do processo, nos dará os subsídios corretos para defender o caminho escolhido. Na hora de apresentar o trabalho os dados da pesquisa podem servir de argumento para justificar o conceito escolhido.
Para quem se interessa por pesquisa e deseja mergulhar em águas mais profundas, recomendo a leitura de Philip Kotler.

No próximo post, abordaremos mais três tópicos dessa série de artigos sobre embalagens.

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